5 de ago. de 2010

Visita de um escritor e toureiro...



Primeira vez ao te olhar senti algo estranho aos meus olhos e pensamentos.

Sou piloto de Boeing e numa certa viagem a Espanha entrou na cabine da aeronave uma das aero moças comunicando o desejo de um dos passageiros. Seu desejo era ver a cabine da aeronave, permiti tal passageiro conhecer de perto nosso trabalho e aero moça foi buscá-lo. Minutos mais tarde ele entra acompanhado por ela que apenas abriu e fechou à porta, co-piloto o olhou respondendo seu cumprimento amigável, respondi sem olhá-lo alinhando painéis da aeronave e deixando nas mãos do co-piloto para poder olhar para trás e conversar com nosso visitante.

Ainda traçando painel sem olhar a ele, pedi que sentasse na poltrona colocando o sinto de segurança que em breve conversaríamos a vontade. Apenas ouvi um vozeirão em Espanhol respondendo que sim. Não compreendi por que senti arrepios, um frio no estômago ao ouvir àquela voz de homem, não havia me ocorrido tal coisa antes daquele momento. Aeronave nas mãos do co-piloto, eu retirei meu sinto de segurança, levantei apresentar-me ao visitante. Que angústia, tremor, emoção talvez, ou seria paixão a primeira vista? “Não, nada disso” eu pensei estático o olhando naqueles olhos, verde azulado, senhor Deus, estremeci, que sorriso.

Eu acho que ele percebeu meu desatino ao olhar ele, sorrindo estranho esticando sua mão num cumprimento demorado, mãos macias, grandes e brancas... Nossa, sem tantos detalhes assim ele lendo este conto do nosso primeiro encontro vai se achar, não é amigo escritor e toureiro Lizandro Montiér?

Áh desculpa, não queria contar a ninguém quem foi o homem que abalou minhas estruturas de até então, homem com “H”.

Forcei palavras de boas vindas na viagem, o cobri de perguntas pelo nervosismo, ele gargalhou discretamente dizendo se ele poderia responder uma a uma ao lembrar a primeira pergunta que eu o fiz...

Até o co-piloto percebeu zombando numa brincadeira comigo:

— Comandante Victor, eu nunca o vi tão falante sem deixar o visitante falar como é de praxe de sua parte!

Desculpei-me com Lizandro Montiér que tem apenas nome artístico como Montiér, nome original e óbvio, eu não falo seu real sobrenome. Mostrei toda cabine da aeronave, explicando suas perguntas a que servem tais e tais teclas, botões, alavancas, existente nos painéis. Tirou fotos e mais fotos o deixei se deliciar. Satisfeito despediu-se retornando a sua poltrona. Meia hora depois não me contive e fui beber água, nem sede tinha, havia na cabine e bastaria pedir a uma aeromoça e trariam água, mais dei desculpas ao co-piloto que precisava esticar as pernas por sentir câimbras e caminharia até os fundos da aeronave pegando água com as aeromoças e assim já cumprimentaria a todos os passageiros a bordo.

Tudo em ordem, eu saí da cabine dando as boas vindas um a um com aperto de mão para ter a desculpa de pegar novamente na mão daquele passageiro especial a mim...

Chegando nele, olhou-me num sorriso e não resisti, perdi a vergonha perguntando se gostaria de beber algo, disse que sim e desejava um café e que já havia pedido a aeromoça. Insisti:

— Vem comigo amigo e tomamos café juntos é exato o que estou indo fazer, vamos!

— Ok assim eu conheço a parte de trás da aeronave!

Que perfume espetacular ele usava, muito bem vestido a altura de um príncipe por sua beleza masculina. Sentamos e conversando nos alimentamos entre risos e piadas, contou-me resumida sua vida e estava indo tourear na Espanha, tradição familiar!

Por alguns minutos pareciam não termos assunto e estávamos sós, agradeci a companhia no café levantei para retornar a aeronave ao mesmo tempo em que ele levantou e por sorte não havia ninguém no reservado, não sei como, mais quase tive um treco do coração. Aperto de mão forte sem largar minha mão, eu fiquei sem jeito, tremendo e ele me beijou por tempo e eu claro, correspondi em gênero, número e grau naquele ardente beijo, ambos excitados, respirações ofegantes, eu tentei me recompor da excitação para retornar a cabine da aeronave.

Sem nada falar, saí apreensivo, mais ele percebeu eu ter gostado e muito. Na cabine minutos depois aeromoça entra falando que o visitante fazia questão de me entregar pessoalmente meu quepe. Tão nervoso fiquei que deixei sobre a mesinha que tomamos o café. Consentido sua entrada na cabine, sorriu provocante com meu quepe em sua cabeça, se alto fotografou com meu quepe, tirou me entregando, uma piscada e um até mais, saindo da cabine!

Eu fiquei mais aéreo do que a própria aeronave em pleno vôo até a Espanha, flutuando no ar no Boeing levando 264 passageiros e eu flutuando na paixão.

Escritor Victor.